quinta-feira, 9 de março de 2017

Cornas M. Chapoutier 1999



Cornas M. Chapoutier 1999, Cornas, Vale do Rhône, França

  Executado por Michel  Chapoutier, um cultuado enólogo e produtor francês, que produz este rótulo na região de Cornas, a qual nomeia o rótulo.

  A região de Cornas é um pequeno povoado, localizado às margens do Vale do Rhône, ao Sul de Lyon e tem como tradição o cultivo de uvas Shiraz.

  Produzido com Shiraz estagiou 80% do volume por 14 meses em carvalho francês, o restante em tanques de concreto.

  Degustado em 23/01/2017

  Aqui provamos um vinho em que seguramente pesou a idade. Afinal é um vinho de 18 anos, mas isto não foi bom para ele. No nariz se destacam frutas negras maduras e adocicadas como mirtilo e cereja, também notas de balsâmico. São aromas macios e agradáveis, porém decaem vertiginosamente ao longo da degustação, até quase desaparecerem. Na boca tem um sabor que não desagrada, porém falta corpo, faltam também intensidade e persistência, é muito aguado. Decepcionou, principalmente pelo "pedigree" de vir de um grande produtor e ter um preço elevado. Não recomendo a safra. Quem sabe safras bem mais novas possam mudar esta impressão.

  Minha avaliação:

  AR 86

  Quanto custa:

  Nos EUA U$ 44,00

  Não o encontrei disponível no Brasil.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Chryseia, 2007



Chryseia, 2007, Douro, Portugal

  Este é um verdadeiro ícone moderno da vinicultura portuguesa, onde podemos encontrá-lo presente em praticamente todas as listas dos grandes vinhos deste país.

  Produzido pela vinícola P+S (Prats & Symington). A família Symington trabalha no Porto desde 1882,  produzindo seus famosos vinhos fortificados, vindo a assumir o controle da Warre's em 1914. Hoje seus descendentes dirigem a própria Warre's, a Down's e a Graham's produzindo grandes vinhos do Porto, já Charles Symington é um dos responsáveis pela P+S no Douro. O outro responsável é Bruno Prats, que por mais de 30 anos esteve à frente da Chateau Cos d'Esturnel em Bordeaux e por vários anos esteve dirigindo a Viña Aquitania no Chile.

  Os dois experientes enólogos se reuniram em 1998, com o intuito de produzir vinhos de alta gama na região do Douro e somando as longas vivências na produção de vinhos do Porto, aliadas às técnicas sofisticadas de produção de Bordeaux, fundaram a P+S e frutificaram este belíssimo vinho.

  Produzido com 50% Touriga Nacional e 50% Touriga Franca. Estagiou por 12 meses em tonéis de carvalho francês novos.

  Provei anteriormente a safra 2004 e a safra 2009.

  Degustado em 23/01/2017.

  Aroma a pimentão vermelho, balsâmico, floral, canela, baunilha e frutas vermelhas cozidas. Na boca a fruta explode. É equilibrado, macio, intenso, potente, envolvente e persistente. O final de boca traz notas de jaboticaba. Um vinho excepcional que te cativa e encanta.

  Minha avaliação:

  AR 95

  Quanto custa:

  No Brasil, outra safra, R$ 490,00

  Nos EUA U$ 50,00

terça-feira, 7 de março de 2017

J J Hahn 1914 Block, Shiraz, 1998


J J Hahn 1914 Block, Shiraz, 1998, Vale Barossa, Austrália


  A J J Hahn foi fundada em 1997 pelos descendentes da família Hahn, James e Jacqui, que já possuiam uma história familiar com a produção de vinhos e o enólogo Rolf Binder, que desde 2010 é o principal administrador. Localizada no Vale Barossa, no Estado da Austrália do Sul, próximo à cidade de Adelaide. A filosofia da empresa é apenas produzir este rótulo nas safras consideradas excepcionais, para que mantenham a excelência do produto e garantam o valor almejado.

  Este vinho 100% shiraz, estagiou em carvalho americano, sendo 1/3 novos.

  Degustado em 23/01/2017.

 Um vinho de quase 20 anos, que envelheceu muito bem e que empolga em cada aspecto. No nariz mostra uma notável complexidade, destacando aromas como couro, baunilha, amarula, physalis, café e terra molhada. Na boca destaca a acidez, mas é macio, está domado. Curiosamente surgiram algumas notas de frutas amarelas como carambola e damasco, como a de algum ótimo vinho branco. Um vinho que realmente surpreende. Apresentou uma forte evolução ao longo da degustação. A acidez é tão intensa e saborosa que dá frescor, complexidade, intensidade e persistência. Um dos vinhos mais instigantes e empolgantes que já provei. Fresco, austero e complexo. O final da garrafa é para lamentar.

  Minha avaliação:

  AR 96

  Quanto custa:

  Nos EUA U$50,00

  Não encontrei no Brasil para vender

segunda-feira, 6 de março de 2017

Chateneuf du Pape La Vue Du Chai, Xavier, 2009


Chateneuf du Pape La Vue Du Chai, Xavier, 2009, Vale do Rhône, França

  Produzido pela empresa Xavier Vins, cujo proprietário é Xavier Vignon, um reconhecido enólogo e consultor, que já percorreu muitas vinícolas mundo afora. Desde 2002 se dedica à compra da produção de vinhos de qualidade de pequenos produtores (têm mais de 20 que fornecem a ele), muitos dos quais ele mesmo prestava consultoria, e a partir daí ele elabora o blend, conforme o seu critério e experiência, para vender seus próprios rótulos, buscando destacar as características da DO (Denominação de Origem) de onde ele adquire o vinho. Com este sistema ele vende seus rótulos das regiões de Chateneauf du Pape, de Gigondas, de Vaqueyras, de Côtes du Rhone e outros.

  Aqui degustamos o Chateneauf du Pape La Vue du Chai Xavier, que traz 55% de grenache, 35% de mouvedre e de 15% de shiraz, que foi produzido nesta famosa e icônica região do Sul da França,  às margens do Rio Rhône, próxima à Avignon. Estagia o vinho por 2 anos em carvalho francês de segundo uso.

  Degustado em 23/01/2017.

  O aroma é de média intensidade, muito agradável e macio, destacando frutas negras e vermelhas muito maduras, como cerejas, cassis, groselha, morango em compota e chocolate amargo. Ao longo do tempo o aroma decai um pouco, mas não compromete. Na boca é aveludado, suave, taninos muito macios, é equilibrado, traz muita persistência, um leve amargor bem agradável e madeira suave.

  Um grande Chateneauf du Pape, com muita qualidade e sabor.

  Minha avaliação:

  AR 93

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 222,00

  Nos EUA U$ 65,00

domingo, 5 de março de 2017

Wild Duck Creek Springflat Shiraz, 2000


Wild Duck Creek Springflat Shiraz, 2000, Heathcote, Vitoria, Austrália

  A empresa familiar Wild Duck Creek nasceu em 1974, quando David Anderson (conhecido como Duck) e  sua esposa Diana plantaram as primeiras videiras na região de Heathcote, no Estado de Vitoria, no Sul da Austrália, localizada a cerca de uma hora de Melbourne. Hoje, Duck e seu filho Liam dirigem a vinícola e têm como lema, dedicar-se a produzir grandes vinhos, equilibrados, com personalidade e muito sabor, para enriquecer e agradar aos sentidos. 

  Gostei muito de uma das frases descontraídas do Duck:
  " Vinho não é apenas uma bebida, mas uma forma de arte. Agora, onde está o meu pincel?"

  O vinho foi produzido 100% com a uva símbolo da Austrália, a Shiraz, e estagiou 45% do volume em barris de carvalho francês e americanos novos.

  Degustado em 23/01/2017.

  O aroma é bem intenso de frutas vermelhas sortidas, balsâmico e ameixas secas. Na boca também é intenso, alcoólico, encorpado, persistente, tem forte acidez, possui taninos muito bem domados, levemente adocicado, realmente é um vinho que não passa desapercebido. Como este exemplar já tem 17 anos, pode ter perdido um pouco do esplendor, mas ainda é um ótimo vinho e segurou bem o peso dos anos. Uma boa harmonização poderia ser conseguida com carnes um pouco mais gordurosas grelhadas, como fraldinha e contra-filé.

  Muito bom vinho.

  Minha avaliação:

  AR 91

  Quanto custa:

  Nos EUA U$ 40,00

  Infelizmente não encontrei no Brasil

sábado, 4 de março de 2017

Domaine de Bila-Haut Occultum Lapidem, 2010


Domaine de Bila-Haut Occultum Lapidem, 2010, Languedoc Roussillon, França

 Executado por Michel  Chapoutier, um cultuado enólogo e produtor francês, que produz este rótulo na região do Languedoc Roussillon, no Sul da França. Produzido com Shiraz, Grenache e Carignan, este vinho estagia metade do seu volume em tanques de inox e a outra metade em carvalho francês.

 Sempre digo que a região do Languedoc Roussillon é uma das mais interessantes produtoras de vinho da França, porque concilia grande qualidade com preços terráqueos, muito diferente de outras regiões francesas mais badaladas.

 Também comentei este rótulo na safra 2011.

 Degustado em 21/01/2017

 Aromas muito agradáveis, macios, suaves, com destaque para frutas negras, como mirtilos e cerejas, e notas florais de alfazemas. Na boca é frutado, potente, fresco, estimula a salivação e pede mais um gole, muita persistência, taninos bem presentes e macios, excelente acidez e muito equilíbrio.

 Um vinho de caráter meditativo, noturno, que me fez imaginar uma noite em um ótimo clube de jazz, embalado por boa companhia e música suave, quem sabe de Miles Davis ou John Coltrane...

  Excepcional! 

  Minha avaliação:

  AR 96

  Quanto custa:

  No Brasil, outra safra, R$ 180,00

  Nos EUA U$ 35,00

sexta-feira, 3 de março de 2017

Sarada Seleccion 2009

  

Sarada Seleccion 2009, Almansa, Espanha

  Produzido pela Vinícola Aguaza, na D.O. (Denominação de Origem) Almansa, localizada em Albacete, ao sul de Madri. A filosofia da empresa é valorizar a origem, destacando o terroir e a tradição locais.

 A principal uva tinta produzida na região é a Garnacha Tintorera, também conhecida como Alicante Bouschet ou Aragonés. Esta uva é muito utilizada em outros locais, misturadas com outras cepas, com o propósito principal de conceder mais cor ao vinho, mas em Almansa, ela é a principal protagonista. A Monastrel é a segunda uva mais cultivada da região.

 O vinho é elaborado com as variedades Garnacha Tintorera, Monastrel e Shiraz e estagiou por 12 meses em carvalho francês.

 Vinho com forte personalidade, já com perceptíveis 8 anos de idade, mas que segura bem suas características. No nariz impressiona muito bem, destacando balsâmico, doce de figos, amoras, mirtilos, chá preto e madeira antiga. Na boca tem boa intensidade, encorpado, taninos médios, fresco, forte acidez, sabor amadeirado. Um vinho com características próprias e bastante gastronômico, harmonizando com carnes defumadas, costela, carne de sol, charque, e queijos curados.

  É um vinho que, viajando na mente,  me remeteu a uma imagem de uma antiga adega subterrânea na Espanha, com cheiro de terra e de madeira mofada, onde na parte de cima tenha uma pobre estalagem e do lado de fora uma terra árida e quente com cavalos descansando. Talvez até com Dom Quixote e seu velho cavalo Rocinante em pleno século XVII.

 Mesmo que não tenha super atrativos técnicos, a personalidade na taça e minha projeção mental fantasiosa compensou favoravelmente e não é um vinho difícil de tomar. Boa experiência.

  Minha avaliação:

  AR 88

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 74,00

  Nos EUA U$ 12,00