Eu e o vinho

  Sou um apaixonado pelo vinho. Muito prazer!

  Na minha história, eu não tive grande contato com o vinho até meus vinte e poucos anos, apenas provava um ou outro vinho simplesinho nacional, como o Chateau Duvalier, Almadén, algum espumante e outros do tipo, para acompanhar refeições, mas nada que me despertasse maiores atenções.

  Certo dia meu pai, que nem era tão chegado ao vinho, me ofereceu para provar um Corvo Rosso Siciliano e eu percebi alguns detalhes simples que até então eu não conhecia, como aromas mais particulares, a presença mais marcada da madeira, uma pegada diferente e taninos mais presentes.


  A partir daí comecei a prestar mais atenção em cada rótulo que tomava e pouco a pouco fui descobrindo a incrível diversidade desta bebida, e até hoje, 20 anos depois, sinto-me fascinado  e cada vez mais interessado por este mundo de possibilidades.

 Convenhamos que o Corvo Rosso, apesar de agradável, não é um grande vinho, muito menos complexo, mas o vejo com carinho, pois serviu de pontapé inicial para despertar um interesse maior que só se potencializou.

  Também tenho na gastronomia uma paixão inegável, que vem a conciliar e ampliar o interesse pelo vinho, além de multiplicar as já inúmeras potencialidades sensoriais.

Vinho-e-comida

 O vinho é um instrumento para curtir os bons momentos da vida, compartilhando com os amigos, apreciando um bom prato, relaxando,  ou simplesmente curtindo o prazer sensorial e da descoberta que ele nos proporciona. 

  Destaco que sou absolutamente contra o exagero e vejo o hábito de embriagar-se um problema comportamental e de saúde física e psicológica. O vinho não é para isso.


  Nós temos nossa relação com o mundo através dos sentidos e para vivermos bem é muito interessante utilizar e desenvolver as nossas portas de acesso a tudo o que nos rodeia. Com o vinho podemos lidar com isso, pois ele faz com que utilizemos e possamos desenvolver basicamente 3 sentidos, sendo eles o visual, o olfativo e o gustativo.

  O vinho agrada à visão, pois é uma bebida belíssima que nos presenteia cores, transparências, sutilezas, efervescências, que podem ser comparadas à uma experiência contemplativa.


  O vinho desperta e encanta o olfato nos dando a possibilidade de desenvolver e aprimorar este sentido, através de nossas memórias olfativas, que nos reporta a momentos e emoções remotas, para desfrutar no presente, através de seus incríveis aromas possíveis de serem  percebidos. Tenho uma postagem aqui no blog sobre os Aromas do Vinho.

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  A complexidade e variedade dos vinhos nos deleita o paladar com inúmeras possibilidades de sensações, sabores e combinações.


  É fato que necessitamos fazer uso do alimento diversas vezes por dia para sobrevivermos e porque não aliarmos isto com o prazer? Comer bem é muito prazeroso e o vinho eleva a experiência gustativa a um nível muito mais elevado, quando bem utilizado. Fazer isto seguramente nos proporciona muitos momentos de felicidade.

  Seria exagero dizer que o vinho ajuda a nos autoconhecer ou nos desenvolver? Talvez, mas o desenvolvimento dos sentidos com a prática moderada pode dar uma parcela de ajuda, pois a atenção, a percepção e as sutilezas tornam-se mais factíveis. Sem dúvida minhas percepções sensoriais, hoje, são bem mais apuradas devido ao vinho. Talvez por isso se associe o vinho como símbolo religioso muitas vezes.


  Nos últimos anos participei da criação da Confraria do Leo, com um grupo de amigos e apreciadores, os quais nos reunimos até hoje em diversas ocasiões para compartilhar estes momentos de satisfação ao degustar. O objetivo básico da Confraria era curtir o prazer do encontro e também degustar bons vinhos, bem como ter acesso a rótulos, que dividindo os custos, pudessem se tornar mais acessíveis. Adicionalmente serviu também para estudarmos a ciência do vinho e assim aprendemos a realizar a avaliação técnica por pontuação, que se vê ao final de cada degustação aqui no blog. O blog da Confraria pode ser visitado em Confraria do Leo.


  Uma coisa que aprendemos na Confraria é que quanto mais mergulhamos na experiência da degustação e do conhecimento, mais temos consciência da nossa condição de eternos aprendizes e isto é mais um fator de estímulo a sempre buscar conhecer e experimentar.

  O fascínio pelo vinho permanece e apesar de toda a técnica envolvida não há nada tão agradável quanto o prazer de degustar um bom vinho, preferencialmente junto à boa companhia e melhor ainda harmonizado por um bom prato.

  Saúde!

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