sábado, 21 de maio de 2016

Montgras Quatro, 2014



Montgras Quatro, 2014, Vale do Colchagua, Chile

  A Vinícola Montgras foi fundada em 1993 pelos irmãos chilenos Hernán e Eduardo Gras e pelo sócio canadense Cristián Hartwig; destaca-se pela produção sustentável, possui várias certificações neste sentido e tem sido uma das que mais cresceram nos últimos anos na cena dos vinhos chilenos.

 Este rótulo é produzido a partir de uvas cabernet sauvignon 50%, carmenere 20%,  shiraz 20% e malbec 10%. O percentual de 50% do vinho estagiou 5 meses em carvalho francês 90% e americano 10%.

  Degustado em 21/05/2016

 É um vinho que privilegia evidentemente o frutado e tem um bom resultado. No nariz destacam-se as frutas negras, principalmente amoras, mirtilos e ameixas, frescas e também em geléia e notas de violeta e café. Os aromas possuem  bastante intensidade inicial , mas caem um pouco ao longo do tempo. Na boca é bastante amigável com seus sabores frutados, taninos e madeira suaves e sutis, acidez equilibrada, na língua se sente uma leve sensação de pimenta do reino (provavelmente pela presença do shiraz), vinho de média persistência. Bem interessante, agradável e faria um excelente par para um preparo de contrafilé, como bife ancho ou de chorizo, ou um grelhado de fraldinha com legumes.

 Minha avaliação:

 AR 89

 Quanto custa:

 No Brasil R$ 65,00

 Nos EUA U$ 11,00



domingo, 15 de maio de 2016

Flor D'Englora Garnacha 2011


Flor D'Englora Garnacha 2011, Montsant, Espanha

  A Vinícola Cellers Baronia Del Montsant, foi fundada pelo Enólogo Xavier Canals em 1998 em Terragona, na região montanhosa da Catalunha, na prestigiada Denominação de Origem  D.O. Montsant, buscando produzir vinhos diferentes e exclusivos, com bastante corpo, força e sabor. As estrelas locais são as uvas Garnacha (ou Grenache) com videiras de até 70 anos e Carignan com videiras de até 50 anos. 

  Este vinho foi produzido com videiras velhas de 35 anos. Concebido como um vinho jovem. Apesar do produtor informar que o amadurecimento foi dado apenas em tanques de inox para destacar mais a fruta, dá a impressão de haver tido algum contato com madeira, pois ganhou notas que dão entender a isso.

  Degustado em 15/05/2016.

  Quando se abre a garrafa destaca-se um aroma bem terroso, notas de champignons cozidos, azeitonas negras, frutas negras, como mirtilos e frutas vermelhas; ao longo do tempo surgem notas de café torrado e açúcar queimado. Mostrou complexidade. Na boca destaca uma acidez marcante, é um pouco picante, possui taninos finos bem particulares e certa untuosidade. Muito corpo e boa estrutura. Média persistência. Final de boca de chocolate amargo e tostado. Vinho com muita personalidade que me remeteu à sensação de cheiro de terra nas montanhas, comidas fortes, passeio a cavalo, zona rural, fogueira no campo e coisas do tipo. Muito boa experiência.

 Minha avaliação:

 AR 90

 Quanto custa:

 No Brasil R$ 73,00

 Nos EUA U$ 11,00

sábado, 7 de maio de 2016

Carmelo Patti Cabernet Sauvignon, 2006



Carmelo Patti Cabernet Sauvignon, 2006, Lujan de Cuyo, Mendoza, Argentina

  Carmelo Patti é um dos produtores chamados "cult" de Mendoza. Sua empresa, localizada em Lujan de Cuyo, segue o conceito de "Vinícola de Garagem", uma produção de tamanho considerado pequeno, onde ele se dedica pessoalmente (tem apenas um empregado) na produção artesanal de vinhos de qualidade e com um conceito bem pessoal.

  Segue a dita "velha escola argentina" e não se preocupa com modismos, Carmelo Patti, com seus mais de 40 anos de carreira, é profundamente respeitado e cultuado no mundo do vinho; como exemplo de sua maneira de conceber o vinho, faz a fermentação em recipientes de concreto, nunca efetua a sangria (técnica para aumentar a concentração), utiliza barris de carvalho francês de vários usos, mantém suas garrafas prontas por alguns anos (quatro ou cinco) antes de lançar o produto no mercado (para que as pessoas o apreciem no momento correto), não cultiva as uvas, mas as compra (e acompanha a produção) há anos de um mesmo produtor com um contrato apenas verbal, entre outras tantas particularidades, o que o torna uma figura muito fiel a suas convicções e que acumula fãs ao redor de todo o mundo, devido a seus excepcionais resultados.

  Degustado em 07/05/2016.

  Este vinho foi aberto em seu décimo ano de produção, e teve que oxigenar algumas horas para ser domado e abrir seus aromas. Mostrou muito ganho na taça, em aromas, e arredondou bastante no paladar. É um vinho que realmente foge do conceito mais comum do mercado atual, lembrando um estilo italiano clássico, porém com muito mais frutado no aroma. No nariz, como eu disse, evolui na taça, destacando aromas complexos de ameixa negra, cerejas, frutas vermelhas, notas herbais, café, chocolate e açúcar mascavo. Na boca tem uma acidez muito viva e acentuada, mas que harmoniza bem com seus taninos bem marcantes, um pouco verdes, meio herbais, já o álcool se apresenta na medida certa com o corpo necessário para levar o conjunto.

  Apesar da idade deste rótulo, demonstra um potencial ainda maior de guarda. É um vinho de sabor intenso, agudo, marcante, de madeira suave, algo que lembra folhas secas, com excelente persistência. Na boca tem sabores ácidos e intensos, mas desce pela garganta bem suave e redondo. Um desses vinhos que valem a pena conhecer e agrada muito ao iniciado. Um senhor vinho.

  Minha avaliação:

  AR 94

  Quanto custa:

  Na Argentina U$ 16,00

  Nos EUA U$ 30,00

  Infelizmente não consegui encontrar para vender no Brasil, ao que parece a única importadora que o trazia para cá, não está mais ativa.