sábado, 7 de maio de 2016

Carmelo Patti Cabernet Sauvignon, 2006



Carmelo Patti Cabernet Sauvignon, 2006, Lujan de Cuyo, Mendoza, Argentina

  Carmelo Patti é um dos produtores chamados "cult" de Mendoza. Sua empresa, localizada em Lujan de Cuyo, segue o conceito de "Vinícola de Garagem", uma produção de tamanho considerado pequeno, onde ele se dedica pessoalmente (tem apenas um empregado) na produção artesanal de vinhos de qualidade e com um conceito bem pessoal.

  Segue a dita "velha escola argentina" e não se preocupa com modismos, Carmelo Patti, com seus mais de 40 anos de carreira, é profundamente respeitado e cultuado no mundo do vinho; como exemplo de sua maneira de conceber o vinho, faz a fermentação em recipientes de concreto, nunca efetua a sangria (técnica para aumentar a concentração), utiliza barris de carvalho francês de vários usos, mantém suas garrafas prontas por alguns anos (quatro ou cinco) antes de lançar o produto no mercado (para que as pessoas o apreciem no momento correto), não cultiva as uvas, mas as compra (e acompanha a produção) há anos de um mesmo produtor com um contrato apenas verbal, entre outras tantas particularidades, o que o torna uma figura muito fiel a suas convicções e que acumula fãs ao redor de todo o mundo, devido a seus excepcionais resultados.

  Degustado em 07/05/2016.

  Este vinho foi aberto em seu décimo ano de produção, e teve que oxigenar algumas horas para ser domado e abrir seus aromas. Mostrou muito ganho na taça, em aromas, e arredondou bastante no paladar. É um vinho que realmente foge do conceito mais comum do mercado atual, lembrando um estilo italiano clássico, porém com muito mais frutado no aroma. No nariz, como eu disse, evolui na taça, destacando aromas complexos de ameixa negra, cerejas, frutas vermelhas, notas herbais, café, chocolate e açúcar mascavo. Na boca tem uma acidez muito viva e acentuada, mas que harmoniza bem com seus taninos bem marcantes, um pouco verdes, meio herbais, já o álcool se apresenta na medida certa com o corpo necessário para levar o conjunto.

  Apesar da idade deste rótulo, demonstra um potencial ainda maior de guarda. É um vinho de sabor intenso, agudo, marcante, de madeira suave, algo que lembra folhas secas, com excelente persistência. Na boca tem sabores ácidos e intensos, mas desce pela garganta bem suave e redondo. Um desses vinhos que valem a pena conhecer e agrada muito ao iniciado. Um senhor vinho.

  Minha avaliação:

  AR 94

  Quanto custa:

  Na Argentina U$ 16,00

  Nos EUA U$ 30,00

  Infelizmente não consegui encontrar para vender no Brasil, ao que parece a única importadora que o trazia para cá, não está mais ativa.


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