terça-feira, 18 de outubro de 2016

Tessellae Carignan Vieilles Vignes, 2013


Tessellae Carignan Vieilles Vignes, 2013, Côtes Catalanes, Languedoc-Roussillon, França

  Este vinho foi produzido na região sul do Roussillon, próximo aos Pirineus, na chamada Catalunha Francesa, que embora não compartilhe os mesmos ideais separatistas da parcela inserida na Espanha, guarda um histórico em comum e ainda há uma pequena parcela da população (estimada em 6%) que mantém a língua catalã.

  Produzido pela Domaine Lafage, uma empresa datada de 1996, que foi criada pelo renomado enólogo francês Jean-Marc Lafage e sua esposa Eliane Lafage. Os seus vinhedos e sua produção estão localizados entre a cadeia de montanhas dos Pirineus e o Mar Mediterrâneo, próximos à fronteira espanhola. 

  A proposta da vinícola é produzir vinhos que valorizem a tradição, sem abrir mão da tecnologia, produzindo com qualidade, por um preço mais acessível, o que é um pouco da realidade da região do Languedoc-Roussillon, onde produzem vinhos com um custo-benefício muito melhor que nas regiões de maior prestígio da França, como a Borgonha e Bordeaux, onde os preços dos bons vinhos são, em grande parte, impraticáveis.

  A uva utilizada foi a Carignan com vinhas de mais de 70 anos de idade e apenas 10% da produção estagiou em carvalho.

    Degustado em 11/10/2016.

  Aromas de frutas vermelhas adocicadas, sutis e de baixa intensidade. Na boca tem um bom equilíbrio e uma acidez proeminente, mas sem excessos. Taninos discretos e leve amargor de madeira. Possui um retrogosto bem interessante, bastante frutado e com notas de azeitonas verdes. Pouco corpo e bom sabor. Um vinho bom, mas sem maiores destaques.
  
  O curioso, é que quando se busca a avaliação de algum grande nome do vinho mundial, encontramos um selo de 94 pontos de Robert Parker, o que indica um vinho de excepcional qualidade. Mesmo que, ao que pareça, não tenha sido sua avaliação pessoal, mas de um integrante de sua equipe, leva seu selo e me deixa perplexo. Não sou ninguém para levantar dúvidas sobre este verdadeiro ícone do mundo do vinho que merece todo respeito e reverência, mas queria saber de onde ele tirou esta pontuação. Os aromas são mínimos, os sabores são fugazes e não há qualquer complexidade que justifique esta super-avaliação. Não é um vinho ruim, mas está a anos-luz de 94 pontos. E vinho de 94 pontos por este preço seria um sonho bom demais para ser real, embora não se possa considerar impossível..., mas este aqui definitivamente não é.

  Entendo que houve um trabalho de domar a uva, que deve ser considerado, afinal a Carignan é considerada difícil de manusear para quebrar sua rusticidade e seus taninos excessivos e isso ocorreu, pois se conseguiu abrandar essa força e fazer um vinho de bom equilíbrio, acidez correta e taninos sutis, mas não conseguiram inserir as qualidades que fariam deste vinho um produto de alta gama. O que, repito, não queira dizer que é ruim, é um bom vinho de 89 pontos.

  Minha avaliação:

  AR 89

  Quanto custa:

  Nos EUA U$ 14,00

  No Brasil R$ 110,00

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