segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Bressia Profundo 2009


Bressia Profundo 2009, Mendoza, Lujan de Cuyo, Argentina

  É uma pequena vinícola familiar que se especializou em produzir vinhos de alta qualidade, fundada  por Walter Bressia, que após anos de trabalho como enólogo de vários produtores argentinos, em 2003 investiu na sua marca própria. Ele adquire uvas de produtores selecionados e a partir daí, elabora seus vinhos autorais e conceituais.

  Este belo vinho foi produzido a partir das uvas Malbec, Cabernet Sauvignon, Merlot e Shiraz na região de Lujan de Cuyo , em Mendoza. Estagiou por 10 meses em barris de carvalho francês e americano, de primeiro e segundo usos, e 12 meses em garrafa. É um dos principais e mais conhecidos vinhos deste produtor.

  Nos aromas se destacam as frutas negras como amoras e mirtilos doces e violetas. Aromas sutis e macios muito agradáveis.Na boca é um pouco adocicado, forte, encorpado, intenso, bem harmonioso,  taninos muito bem domados, persistente e equilibrado. Notas de café,  ervas e cravo da índia presente no final de boca. Um vinho com forte presença e de excelente qualidade.

  Minha avaliação:

  AR 91

  Quanto custa:

  No Brasil outra safra R$ 300,00

  Na Argentina U$ 34,00

  Nos EUA U$ 35,00

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Cinco Tierras Gran Reserva 2010



Cinco Tierras Gran Reserva 2010, Mendoza, Lujan de Cuyo, Argentina

  Produzido pela Vinícola Cinco Tierras, que foi fundada no ano 2000 por Ruben Banfi e sua mulher Marie Geneviuve com o objetivo de colocar no mercado vinhos exclusivos de alta gama.

  Este vinho foi produzido com a uva Cabernet Franc, a qual tem me empolgado cada vez mais com vários exemplares argentinos surpreendentes, que vem sendo elaborados com esta típica uva de Bordeaux.

  Estagiou por 18 meses em barris de carvalho francês e americano.

  Quando abrimos a garrafa, os aromas pareciam meio estranhos, algo como xarope para tosse, mas com o passar do tempo abriu um leque de nuances aromáticas muito interessante, como figo seco, couro, tabaco, carne seca, ervas secas e frutas negras. É necessário decantar por pelo menos uma hora para apreciar toda a sua complexidade. Na boca é intenso e impactante. É um vinho concentrado, forte, encorpado, lembra vinho antigo, do tempo das ânforas, mas com muita qualidade e força. Taninos fortes, mas muito bem domados. Um grande vinho que empolga. Recomendadíssimo.

  Minha avaliação:

  AR 93

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 255,00

  Na Argentina U$ 15,00

domingo, 24 de setembro de 2017

Domaine des Genèves Chablis 2014


Domaine des Genèves Chablis 2014, Borgonha, França

  Vinho produzido na região de Chablis, norte da Borgonha Francesa, próximo à região de Champagne. É senso comum que aí se produzem os melhores Chardonays do mundo, com forte característica seca, ácida e mineral metalizada, e isto não é pouco, tendo em vista que esta é a uva branca mais cultivada no mundo. Mas como sempre, comprar um Chablis não é sinônimo de consumir todo esplendor da bebida, pois existe toda a classe de produtores e resultados, também neste lugar icônico.

  O produtor Dominique Aufrère possui 20 hectares de plantio na região, que está a cargo da sua família há cinco gerações.

  Eu esperava muito deste exemplar, pois havia provado informalmente outra safra há alguns anos e me pareceu um vinho muito promissor. No nariz demonstrou aromas suaves cítricos, predominando limão e ervas frescas. Na boca tem forte presença, leve amargor, acidez viva, boa persistência e bom equilíbrio. No entanto quando se prova um Chablis se espera um algo mais que eu não vi aqui. É um bom vinho, agradável e não compromete, mas também não trouxe aquela mineralidade e complexidade esperada. Achei um bom Chardonay comum, daqueles que por um preço menor no Brasil se encontra por aí com muita facilidade.
  
  Minha avaliação:

  AR 88

  Quanto custa: 

  Na França  € 10,00

  No Brasil R$ 147,00

sexta-feira, 22 de setembro de 2017

Thalassitis White Dry Wine 2015


Thalassitis White Dry Wine Santorini, Grécia, 2015

  Foi uma grata surpresa este vinho grego, que por não serem tão comuns de se encontrar no nosso mercado local, não estamos muito habituados a eles, mas a impressão deste vinho branco produzido 100% com a emblemática uva Assyrtiko, foi das melhores.

  A uva Assyrtiko é nativa da Ilha vulcânica de Santorini, aquela das casas brancas e paisagens deslumbrantes contrastantes com o azul do Mar Mediterrâneo, e possui longa história na região, sendo considerada a cepa mais representativa da Grécia. Tem por característica sua versatilidade, acidez e mineralidade. Os vinhedos na ilha são normalmente muito antigos, neste exemplar são de 80 anos, e tem uma produção pequena em cada parreira, o que costuma conferir ao vinho mais complexidade.

  Esta garrafa foi produzida pela Gaia Wines na Ilha de Santorini, vinícola fundada em 1994 pelos agrônomos atenienses Yiannis Paraskevopoulos e Leon Karatsalos, que com muito estudo e dedicação têm obtido muitos bons resultados em reintroduzir o vinho grego de qualidade no mundo.

  Os aromas do vinho trazem o frescor do limão siciliano, doce de laranja e algo floral, é suave, mineral e agrada muito. Na boca é macio, untuoso, salino, mineral, persistente, equilibrado, tem acidez sutil. Um vinho diferente e instigante, que traz complexidade e foge do habitual. Harmoniza perfeitamente com frutos do mar em geral. Acompanhei com  polvo ao vinagrete e foi excelente. Ótima surpresa que espero voltar a provar.

  Minha avaliação:

  AR 91

  Quanto custa: 

  Na Europa cerca de € 17,00

  Nos EUA U$ 22,00

  Infelizmente não encontrei disponibilidade no Brasil

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Casa Marin Lo Abarca 2009

 

Casa Marin Lo Abarca 2009, Valle San Antonio, Chile

   Esta vinícola chilena se localiza na região vinícola de  Casablanca, em Lo Abarca, parte do Valle de San Antonio, a apenas 4 Km do Oceano Pacífico, postada numa bela região de clima frio, se enquadra no conceito de vinícola boutique, dedicando-se à produção de vinhos de alta qualidade.

  Foi fundada em 2000 por Maria Luz Marin, quando se tornou a primeira vinícola chilena a ter uma mulher como fundadora, dona e enóloga. Hoje tem o apoio de Felipe Marin, seu filho e também enólogo.

  Este Pinot Noir, desta muito competente vinícola, mostra que pode-se produzir bons exemplares desta difícil uva no Novo Mundo. Uvas cultivadas em solo calcário, vulcânico e argiloso. O vinho é envelhecido por 14 meses em barris de carvalho novos.

 Já avaliei aqui as safras 2003, 2007 , que me pareceram superiores à de 2009, e também já avaliei a safra 2008.

 Degustado em 13/06/2017.

 Empolga no nariz e o aroma é instigante, do qual se faz lembrar a muitas amoras, ameixas e cerejas doces, frescas e suculentas amassadas, com notas terrosas e herbais. Na boca é estruturado, elegante, tem taninos firmes, notas amadeiradas, certo amargor, harmonioso, médio corpo, muito persistente, intenso e concentrado. Poderia ser um pouquinho mais frutado. A temperatura de serviço sugerida do pinot noir normalmente gira em torno dos 13º C, mas este eu recomendo os 16º C. É um pinot noir com mais força que o habitual. É inegável que ele mostra porque veio, tem personalidade. Este rótulo é seguramente um dos chilenos desta cepa que valem a pena conhecer. Excelente qualidade.

 Minha avaliação:

 AR 91

 Quanto custa:

 No Brasil R$ 286,00

 No Chile R$ 186,00

 Nos EUA U$ 40,00


domingo, 11 de junho de 2017

Petirrojo Reserva Merlot 2015


Petirrojo Reserva Merlot 2015, Vale do Colchagua, Chile

 A Vinícola Bisquertt foi fundada em 1978 por Osvaldo Bisquertt e foi uma das pioneiras do cultivo no Vale do Colchagua, especialmente em Marquihue, uma região com forte influência dos ventos do Oceano Pacífico. Hoje é dirigido pela segunda geração da família e se esmera na produção de vinhos de qualidade, com destaque para o frescor e a elegância.

 O Petirrojo é da linha de vinhos de entrada da vinícola e se propõe a ser um vinho voltado para o dia a dia. Apenas 30% deste vinho estagia por 4 meses em carvalho francês.

 Aromas frescos, adocicados e suaves de framboesas e amoras maduras, com notas sutis refrescantes de eucalipto. Agradáveis e de média intensidade. Na boca se mostra um vinho jovem, leve, de boa acidez e de pouco corpo. Apesar de ser um pouco aguadinho, é agradável e saboroso, com forte destaque para a fruta, o que o faz muito fácil de agradar. Bom para acompanhar massas com molho vermelho e pizzas. Sem grandes pretensões, mas atende ao que se propõe.

  Minha avaliação:

  AR 86

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 53,00

  No Chile U$ 6,00

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Tradición Seleción de Barricas Susana Balbo Red Bend 2012


Tradición Seleción de Barricas Susana Balbo Red Bend 2012, Lujan de Cuyo, Mendoza, Argentina

 A enóloga Susana Balbo é uma das mulheres mais respeitadas no mundo do vinho. Com mais de 30 anos de experiência foi a primeira argentina reconhecida na função e se estabeleceu como referência no setor. Em 1999 fundou a Susana Balbo Wines, em Lujan de Cuyo, Mendoza, e iniciou seu negócio próprio, que acabou por tornar-se uma das melhores vinícolas argentinas. Hoje, além de Susana, que é a presidente da empresa, seu filho José, também enólogo e sua filha Ana, administradora, também compõem o quadro da vinícola.

 Estagiou 14 meses em carvalho francês, sendo 50% novos e 50% de segundo uso.

 Produzido com Malbec 75% e Cabernet Sauvignon 20% e 5% Cabernet Franc

 Degustado em 24/05/2017.

 Aroma de frutas negras, baunilha e violetas, macio, intenso, agradável e profundo. Na boca é intenso, encorpado, volumoso, um sabor bem frutado, herbal e amadeirado. Taninos firmes e bem domados, boa acidez, ótimo sabor, bem persistente e forte. Um belo vinho que agradou e que pede comida, principalmente carnes vermelhas como picanha e contra-filé na brasa.

 Minha avaliação:  

 AR 90

 Quanto custa:

 No Brasil R$ 78,00

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Queulat Pinot Noir, Ventisquero Gran Reserva 2014


Queulat Pinot Noir, Ventisquero Gran Reserva  2014,  Vale Casablanca,  Chile

  A vinícola Ventisquero, fundada em 1998, é uma das que mais cresce no Chile, com vinhos de muito boa qualidade. Em 2012 foi certificada como vinícola sustentável em 100% de seus vinhos. 

 O Vale Casablanca chileno tem originado ótimos vinhos provenientes de suas uvas brancas, mas também têm acertado bastante na produção do pinot noir e da shiraz. Este pinot noir estagiou em carvalho francês, sendo 10% novos, 20% de segundo uso e o restante de terceiro e quarto uso.

 Degustado em 15/05/2017

 Aromas clássicos de frutas vermelhas destacando morangos, cerejas e framboesas doces e maduras, de boa intensidade e que se mantém ao longo do tempo,  pois o consumi ao longo de 3 dias e perdeu muito pouco sua força aromática. Na boca também tem boa intensidade, é frutado, tem leve amadeirado, taninos suaves, boa acidez, equilibrado,  é bem agradável,  leve,  pouco corpo, descontraído. Um retrogosto que concilia muito bem a madeira e a fruta,  deixando uma suave sensação de prazer.

 Um pinot noir correto e que vai bem com filé mignon,  peru defumado,  chester e carnes pouco gordurosas. Ótimo vinho para o dia a dia com bom custo benefício.

  Minha avaliação:

  AR 88

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 67,00

  No Chile U$ 12,00



quinta-feira, 11 de maio de 2017

Maycas del Limari Reserva Especial Chardonay, 2015



Maycas del Limari Reserva Especial Chardonay, 2015, Vale del Limari, Chile

  A Vinícola Maycas del Limari nasceu em 2005 e o projeto tem a consultoria da Vinícola Concha y Toro. Ela se propõe a fazer vinhos de qualidade no Vale do Limari e se especializou nas uvas da Borgonha, a Pinot Noir e a Chardonay. Os enólogos Marcelo Papa e Javier Villaroel, têm experiência na produção de alguns famosos rótulos da Concha y Toro e são os responsáveis pelos rótulos produzidos pela Maycas del Limari.

  Degustado em 20/04/2017.

  O vinho estagiou 11 meses em carvalho francês, sendo 17 % novos.

  Belo aroma com muito frescor de frutas cítricas um pouco adocicadas, principalmente laranja, torta de limão e notas de lima da pérsia e pêssegos, com muito boa intensidade. Na boca é muito agradável com bom equilíbrio, álcool na medida, tem sutileza, suavidade, pois não agride, aliado com boa intensidade e personalidade. Tem uma leve doçura que lembra um pouco o sabor de frutas cristalizadas, ou doce de limão, seguido de um leve amargor, que está muito bem colocado. Talvez um pouquinho mais de acidez no paladar fosse bom, mas isso está longe de depreciá-lo. É um vinho que pede outro gole, já que o prazer é a marca deste exemplar. Um dos vinhos brancos mais agradáveis que provei ultimamente. Vale provar e apreciar. Relação custo-benefício favorável (principalmente no Chile). Bastante gastronômico com ótima indicação para carnes brancas grelhadas e molhos cítricos.

  Minha avaliação:

  AR 92

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 91,00

  No Chile U$ 19,00

sábado, 29 de abril de 2017

Como foi o Lançamento no Brasil do Guia Descorchados 2017 em São Paulo


  No último dia 11 de abril ocorreu o evento de Lançamento do Guia Descorchados 2017 aqui no Brasil, com a presença de mais de 90 vinícolas que obtiveram destaque nas avaliações. O Guia é produzido pelo jornalista chileno Patricio Tapia e é o mais completo trabalho anual de avaliação e informação existente sobre os principais vinhos e vinícolas sul-americanas (incluindo Argentina, Brasil, Chile e Uruguai). 


  O evento foi realizado no Espaço Traffô, na Vila Olímpia em São Paulo e este é o segundo ano que eu participo. No ano passado estive no Lançamento do Guia Descorchados 2016 que foi realizado no Restaurante São Lourenço, também na Vila Olímpia, situado a poucas quadras de distância do evento deste ano. 

  O ingresso do evento era a compra do Guia, que custou R$ 139,00, que podia ser comprado on-line pelo site da Editora Inner e retirado na entrada do evento. Os profissionais do ramo poderiam pagar R$ 40,00 e participar também (no ano passado era gratuito), porém sem direito ao Guia. Comigo, que este ano comprei o Guia, funcionou perfeitamente e lá estava meu exemplar separado e disponível.

  O primeiro comentário que faço é quanto à organização do evento. Tanto no do ano passado, quanto no deste ano, pude conhecer e provar o que de melhor se faz em vinhos no nosso Continente, com destaque inevitável para os chilenos e argentinos, com produtos espetaculares para serem apreciados, muitos deles apresentados por seus enólogos, diretores e responsáveis. Imperdível!

 Já no tocante à estrutura do local, no ano passado, havia uma incrível mesa de frios, em um restaurante ao ar livre agradabilíssimo, que apesar de ser um pouco pequeno para o tamanho do evento, mal se sentia o tempo passar, podendo haver muita tranquilidade para fazer todas as degustações e contatos que maximizaram a experiência, mesmo com o ambiente lotado. Já o espaço deste ano, era apertado, quente e estava tão ou mais lotado, com muita dificuldade de circulação e sem cadeiras para sentar. Tinha uma área ao ar livre também, mas como vou explicar adiante, totalmente mal utilizada. Se no ano passado havia fartura de frios, pães e queijos que podiam ser apreciados à vontade, neste ano todos passaram a pão e água (e pouco), literalmente. Na parte externa montaram umas espécies de food trucks que vendiam, caro, basicamente sanduíches, que incensavam todo o ambiente com cheiro de carne e gordura, o que dispensa comentários sobre a inadequação, quando se vai provar vinhos! Parecia um ambiente de saída de estádio de futebol onde os ambulantes preparam sanduíches de pernil ou churrasquinho de carne. Péssima ideia!


  Mas apesar do espaço ruim e da gafe dos sanduíches, os vinhos provados, principalmente no ambiente interno onde foram menos prejudicados pelo cheiro e pela fumaça, compensaram e vou demonstrar alguns que pude provar e no meu entender se destacaram. Priorizei a degustação dos argentinos e chilenos, pela óbvia qualidade superior, tendo em vista que seria impossível provar tudo.

  Eu, acompanhado de meu amigo Jaime Roberto, comecei pela chilena Cousiño Macul, onde provei o imperdível Lota, um vinho fantástico, para mim um dos 4 melhores que eu degustei no evento, o qual foi apresentado pelo atencioso Tomás Mc Donough, que é enólogo e gerente de exportação da vinícola. Também provei o interessante Riesling Isidora


  Neste ano tivemos o super icônico Alma Viva, que faltou no ano passado, excepcional como sempre:

 

  De Pablo Morandé, que tive o prazer de conhecer no ano passado, provei os excelentes Vigno Carignan e o Re Doble, produzido a partir de uvas cultivadas pela interessantíssima técnica de enxerto duplo, onde uma mesma planta produz carignan e garnacha:


  Da Errazuriz, o ícone Dom Maximiliano e o incrível Kai, para mim também entre os 4 melhores do evento. Com o perdão da foto ruim...


  Um dos excelentes momentos, para mim, é quando tive o prazer de conhecer um dos mais respeitados produtores da Argentina, o Senhor Carmelo Patti, que simpaticamente me atendeu e serviu o seu excelente Cabernet Sauvignon 2007, o muito competente Malbec e o fantástico Cabernet Franc:


 Da Concha y Toro, o espetacular Dom Melchor, que estava incrível e também coloco entre os 4 melhores do evento e o muito aromático Gravas Shiraz:


  O belíssimo Gandolini Cabernet Sauvignon eleito pelo Descorchados como o melhor tinto do ano com 98 pontos:


  Outro agradável momento foi quando conheci outro enólogo super competente argentino, o renomado produtor Daniel Pi, que ofereceu o ótimo Tres 14 e o incrível Imperfecto:


  Da Zuccardi provei os ótimos Pedra Infinita e o Aluvional Altamira:


 Neste ponto fiz a parada para o sanduíche que incensou o ambiente e atrapalhou a degustação, mas depois de tanto vinho e pouco pão e água precisava reabastecer. Com meu amigo Jaime, fomos à luta... Sanduiche gorduroso de carne, mas saboroso. R$ 26,00.


  Voltando aos vinhos, provei da San Pedro o Ótimo Sideral e o outro da minha lista de 4 preferidos, o Altair, simplesmente incrível:



  Da Caliterra, o chileno Tributo Malbec que é bem interessante e surpreendeu:


  O ótimo Ócio Pinot Noir da Cono Sur:


  O Super vinho Gran Enemigo:


  Da grande Catena Zapata, provei o Catena Malbec e o melhor branco degustado, o super Chardonay Adriana White Bones, novamente com o perdão do mau fotógrafo...


  Eu degustei alguns outros rótulos, mas postei aqui apenas os que mais se destacaram para mim.

  Ao final, eu até poderia degustar mais, porém o espaço estava tão lotado, tão quente e sufocante que por volta das 19:30 hrs e uns tantos vinhos tomados, tive que encerrar minha participação, feliz com os vinhos extraordinários que degustei, por conhecer grandes nomes do ramo, pela excelente companhia de meu amigo Jaime, pela aquisição do belo Guia, porém  um pouco decepcionado com as falhas de organização. Ao final ainda tive o desprazer de ser incomodado por seguranças quando eu fui recarregar o celular ao lado do saguão de entrada do evento, enquanto esperava meu Uber... Espero que no ano que vem, escolham um local maior, mais arejado e que não grelhem carne assada no ambiente de degustação. O padrão do ano passado já seria de muito melhor tamanho.

  No balanço final o evento valeu a pena e marcou. Espero estar presente no ano que vem, de preferência com as falhas que ocorreram este ano sendo corrigidas.
  

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Porca de Murça Tinto 2013



Porca de Murça Tinto 2013, Douro, Portugal

  Aqui temos muita tradição, sendo a Porca de Murça produzida na região do Douro, há 85 anos e é um dos líderes de venda do mercado local. A proprietária da empresa é a Real Companhia Velha, que foi fundada em 1756 e possui 261 anos de existência, com muito reconhecimento principalmente na produção dos Vinhos do Porto. Nos últimos anos têm investido na modernização e inovação de seus processos e produtos, mas sem esquecer o seu incrível passado, mantendo e melhorando rótulos icônicos como o que aqui degustei.

 Produzido com uvas autóctones de Portugal, sendo a Touriga Nacional, a Touriga Franca, a Tinta Roriz e a Tinta Barroca. O produtor informa que ele estagiou apenas em tanques de inox, mas creio que ele teve contato com carvalho, talvez em lascas incorporadas aos tanques, devido a seu sabor amadeirado ali presente.

  Um aroma bem interessante com destaque para cerejas negras maduras, chocolate amargo e algo floral,  como alfazemas, com boa intensidade e persistência.

  Na boca tem um ataque bem firme com bons taninos bem destacados, sabor amadeirado e frutado, intenso, boa acidez e bastante corpo. Um vinho bem correto que agrada e pede comida, harmonizando muito bem com cordeiro cozido, e carnes gordurosas em geral. Um vinho que tem bem o estilo clássico português, muito bem elaborado e com um raro custo benefício excelente. Visivelmente foi um vinho mais simples, das antigas, que foi trabalhado e melhorado com bastante competência por seus atuais responsáveis.

  Minha avaliação:

  AR 89

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 39,00

  Em Portugal U$ 4,00

  Nos EUA U$ 8,00

  

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Pangea 2010



Pangea 2010, Vale do Colchagua, Chile

 A vinícola Ventisquero, que produz este rótulo, foi criada em 1998, e alcançou a certificação em 2012, como vinícola 100% sustentável e está sob o comando do enólogo Felipe Tosso, produz vinhos de qualidade e têm tido bastante entrada no mercado brasileiro. Desde os vinhos mais simples aos mais elaborados ela costuma agradar e este rótulo, um de seus ícones, não foi diferente. 

  Produzido a partir da produção dos vinhedos do Apalta, no Vale do Colchagua, em parceria entre Felipe Tosso e o australiano John Duval, com 100% Shiraz, estagiou 22meses em carvalho francês, sendo 50% novos e 50% de primeiro uso, para depois descansar por 18 meses em garrafa, antes da comercialização. Não passou por clarificação nem filtragem.

  Degustado em 13/03/2017.

  Este vinho empolga. No nariz os aromas são muito particulares, que remetem a frutas negras, frutas fermentadas, palmito e grafite e ao longo do tempo em taça, evolui para notas florais, como flores de alfazema. Na boca é muito intenso, os taninos são precisos e estão bem domados, bem como a acidez, que é muito bem colocada, traz muito equilíbrio, muito sabor, é encorpado, enche a boca, é um vinho instigante e impactante. Grande vinho, que diz a que veio.

  Minha avaliação:

  AR 93

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 276,00

  No Chile U$ 57,00

  Nos EUA U$ 44,00

segunda-feira, 3 de abril de 2017

Alceño 50 Barricas Premium, 2012

  

Alceño 50 Barricas Premium, 2012, Jumilla, Espanha

  Produzido na D.O. (Denominação de Origem) Jumilla, localizada próxima à Murcia, no Sudeste da Espanha, pela Vinícola Alceño, que foi fundada em 1870, sendo a pioneira na região. Hoje é controlada pela família Bastida, que possui uma planta moderna e busca atender a atual demanda por vinhos de qualidade.

 Este rótulo foi produzido com 90% de uvas Shiraz e 10% de Monastrel. Estagiou em tonéis de carvalho francês e americano novos por 6 meses.

  Degustado em 13/03/2017.

 Um vinho que demonstra aromas a frutas negras maduras, como mirtilos e amoras, violetas e baunilha, muito agradáveis, mas sem grande intensidade. Na boca agrada muito, é equilibrado, intenso, saboroso, possui taninos macios, boa persistência, levemente picante, frutado. Um vinho com bastante personalidade que não passa desapercebido e satisfaz bastante. Ótima pedida e com preço acessível (apesar da sempre irritante diferença com os preços praticados no exterior). Penso que a harmonização com carneiro seria uma boa pedida.

  Minha avaliação:

  AR 90

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 87,00

  Nos EUA U$ 15,00

  Na Espanha U$ 10,00

domingo, 2 de abril de 2017

Embocadero, 2012


Embocadero, 2012, Ribera del Duero, Espanha

  Produzido pela Vinícola San Pedro Regalado, que foi fundada em 1958 em forma de cooperativa no vilarejo de La Aguilera, ao Norte de Madri e ao Sul de Burgos, na renomada região de Ribera del Duero, onde se produzem os grandes vinhos Tempranillos espanhóis.

  Este rótulo foi produzido com a uva Tempranillo e estagiou por 12 meses em barris de carvalho americano e francês.

  Degustado em 13/03/2017.

  O rótulo é bem bonito e aumentou a expectativa... No nariz destacam-se aromas agradáveis e com pouca intensidade de morango e ameixas maduras, violeta e cravo. Na boca mostra taninos macios, leve amargor, média persistência, médio corpo, acidez em destaque, leve amadeirado, porém um pouco aguado. Um vinho que agrada, mas não empolga. Esperava um pouco mais.

  Minha avaliação:

  AR 86

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 83,00

  Nos EUA U$ 15,00

sábado, 1 de abril de 2017

Menage a Trois Silk, 2014


Menage a Trois Silk, 2014, Califórnia, EUA

  Este vinho californiano é produzido pela Foliex à Deux, localizada no famoso Vale do Napa, na Califórnia. 

  Este rótulo brinca com o próprio nome (faz lembrar algumas cachaças brasileiras com nomes de duplo sentido), pois foi produzido com 3 variedades de uvas, sendo 70% pinot noir, 20% malbec e 10% petit shiraz.

  É uma linha de vinhos mais voltados para o dia a dia e que faz bem o gosto dos vinhos mais simples norte-americanos.

  Degustado em 13/03/2017.

  Os aromas são agradáveis e doces, que lembram geléia de morango e caramelo. Na boca percebe-se que os taninos são muito discretos, possui pouca sensação alcoólica, média acidez, muito frutado e é um pouco aguado, mas o que realmente predomina, é que ele é adocicado. Lembra um vinho rosé mais adocicadinho. Agrada fácil, principalmente aos iniciantes, mas também enjoa fácil. Um vinho que pode ser harmonizado com sobremesas à base de chocolate e frutas vermelhas. O preço no Brasil não é nada convidativo e o custo-benefício não é favorável.

  Minha avaliação:
  
  AR 85

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 139,00

  Nos EUA U$ 12,00

quinta-feira, 9 de março de 2017

Cornas M. Chapoutier 1999



Cornas M. Chapoutier 1999, Cornas, Vale do Rhône, França

  Executado por Michel  Chapoutier, um cultuado enólogo e produtor francês, que produz este rótulo na região de Cornas, a qual nomeia o rótulo.

  A região de Cornas é um pequeno povoado, localizado às margens do Vale do Rhône, ao Sul de Lyon e tem como tradição o cultivo de uvas Shiraz.

  Produzido com Shiraz estagiou 80% do volume por 14 meses em carvalho francês, o restante em tanques de concreto.

  Degustado em 23/01/2017

  Aqui provamos um vinho em que seguramente pesou a idade. Afinal é um vinho de 18 anos, mas isto não foi bom para ele. No nariz se destacam frutas negras maduras e adocicadas como mirtilo e cereja, também notas de balsâmico. São aromas macios e agradáveis, porém decaem vertiginosamente ao longo da degustação, até quase desaparecerem. Na boca tem um sabor que não desagrada, porém falta corpo, faltam também intensidade e persistência, é muito aguado. Decepcionou, principalmente pelo "pedigree" de vir de um grande produtor e ter um preço elevado. Não recomendo a safra. Quem sabe safras bem mais novas possam mudar esta impressão.

  Minha avaliação:

  AR 86

  Quanto custa:

  Nos EUA U$ 44,00

  Não o encontrei disponível no Brasil.

quarta-feira, 8 de março de 2017

Chryseia, 2007



Chryseia, 2007, Douro, Portugal

  Este é um verdadeiro ícone moderno da vinicultura portuguesa, onde podemos encontrá-lo presente em praticamente todas as listas dos grandes vinhos deste país.

  Produzido pela vinícola P+S (Prats & Symington). A família Symington trabalha no Porto desde 1882,  produzindo seus famosos vinhos fortificados, vindo a assumir o controle da Warre's em 1914. Hoje seus descendentes dirigem a própria Warre's, a Down's e a Graham's produzindo grandes vinhos do Porto, já Charles Symington é um dos responsáveis pela P+S no Douro. O outro responsável é Bruno Prats, que por mais de 30 anos esteve à frente da Chateau Cos d'Esturnel em Bordeaux e por vários anos esteve dirigindo a Viña Aquitania no Chile.

  Os dois experientes enólogos se reuniram em 1998, com o intuito de produzir vinhos de alta gama na região do Douro e somando as longas vivências na produção de vinhos do Porto, aliadas às técnicas sofisticadas de produção de Bordeaux, fundaram a P+S e frutificaram este belíssimo vinho.

  Produzido com 50% Touriga Nacional e 50% Touriga Franca. Estagiou por 12 meses em tonéis de carvalho francês novos.

  Provei anteriormente a safra 2004 e a safra 2009.

  Degustado em 23/01/2017.

  Aroma a pimentão vermelho, balsâmico, floral, canela, baunilha e frutas vermelhas cozidas. Na boca a fruta explode. É equilibrado, macio, intenso, potente, envolvente e persistente. O final de boca traz notas de jaboticaba. Um vinho excepcional que te cativa e encanta.

  Minha avaliação:

  AR 95

  Quanto custa:

  No Brasil, outra safra, R$ 490,00

  Nos EUA U$ 50,00

terça-feira, 7 de março de 2017

J J Hahn 1914 Block, Shiraz, 1998


J J Hahn 1914 Block, Shiraz, 1998, Vale Barossa, Austrália


  A J J Hahn foi fundada em 1997 pelos descendentes da família Hahn, James e Jacqui, que já possuiam uma história familiar com a produção de vinhos e o enólogo Rolf Binder, que desde 2010 é o principal administrador. Localizada no Vale Barossa, no Estado da Austrália do Sul, próximo à cidade de Adelaide. A filosofia da empresa é apenas produzir este rótulo nas safras consideradas excepcionais, para que mantenham a excelência do produto e garantam o valor almejado.

  Este vinho 100% shiraz, estagiou em carvalho americano, sendo 1/3 novos.

  Degustado em 23/01/2017.

 Um vinho de quase 20 anos, que envelheceu muito bem e que empolga em cada aspecto. No nariz mostra uma notável complexidade, destacando aromas como couro, baunilha, amarula, physalis, café e terra molhada. Na boca destaca a acidez, mas é macio, está domado. Curiosamente surgiram algumas notas de frutas amarelas como carambola e damasco, como a de algum ótimo vinho branco. Um vinho que realmente surpreende. Apresentou uma forte evolução ao longo da degustação. A acidez é tão intensa e saborosa que dá frescor, complexidade, intensidade e persistência. Um dos vinhos mais instigantes e empolgantes que já provei. Fresco, austero e complexo. O final da garrafa é para lamentar.

  Minha avaliação:

  AR 96

  Quanto custa:

  Nos EUA U$50,00

  Não encontrei no Brasil para vender

segunda-feira, 6 de março de 2017

Chateneuf du Pape La Vue Du Chai, Xavier, 2009


Chateneuf du Pape La Vue Du Chai, Xavier, 2009, Vale do Rhône, França

  Produzido pela empresa Xavier Vins, cujo proprietário é Xavier Vignon, um reconhecido enólogo e consultor, que já percorreu muitas vinícolas mundo afora. Desde 2002 se dedica à compra da produção de vinhos de qualidade de pequenos produtores (têm mais de 20 que fornecem a ele), muitos dos quais ele mesmo prestava consultoria, e a partir daí ele elabora o blend, conforme o seu critério e experiência, para vender seus próprios rótulos, buscando destacar as características da DO (Denominação de Origem) de onde ele adquire o vinho. Com este sistema ele vende seus rótulos das regiões de Chateneauf du Pape, de Gigondas, de Vaqueyras, de Côtes du Rhone e outros.

  Aqui degustamos o Chateneauf du Pape La Vue du Chai Xavier, que traz 55% de grenache, 35% de mouvedre e de 15% de shiraz, que foi produzido nesta famosa e icônica região do Sul da França,  às margens do Rio Rhône, próxima à Avignon. Estagia o vinho por 2 anos em carvalho francês de segundo uso.

  Degustado em 23/01/2017.

  O aroma é de média intensidade, muito agradável e macio, destacando frutas negras e vermelhas muito maduras, como cerejas, cassis, groselha, morango em compota e chocolate amargo. Ao longo do tempo o aroma decai um pouco, mas não compromete. Na boca é aveludado, suave, taninos muito macios, é equilibrado, traz muita persistência, um leve amargor bem agradável e madeira suave.

  Um grande Chateneauf du Pape, com muita qualidade e sabor.

  Minha avaliação:

  AR 93

  Quanto custa:

  No Brasil R$ 222,00

  Nos EUA U$ 65,00

domingo, 5 de março de 2017

Wild Duck Creek Springflat Shiraz, 2000


Wild Duck Creek Springflat Shiraz, 2000, Heathcote, Vitoria, Austrália

  A empresa familiar Wild Duck Creek nasceu em 1974, quando David Anderson (conhecido como Duck) e  sua esposa Diana plantaram as primeiras videiras na região de Heathcote, no Estado de Vitoria, no Sul da Austrália, localizada a cerca de uma hora de Melbourne. Hoje, Duck e seu filho Liam dirigem a vinícola e têm como lema, dedicar-se a produzir grandes vinhos, equilibrados, com personalidade e muito sabor, para enriquecer e agradar aos sentidos. 

  Gostei muito de uma das frases descontraídas do Duck:
  " Vinho não é apenas uma bebida, mas uma forma de arte. Agora, onde está o meu pincel?"

  O vinho foi produzido 100% com a uva símbolo da Austrália, a Shiraz, e estagiou 45% do volume em barris de carvalho francês e americanos novos.

  Degustado em 23/01/2017.

  O aroma é bem intenso de frutas vermelhas sortidas, balsâmico e ameixas secas. Na boca também é intenso, alcoólico, encorpado, persistente, tem forte acidez, possui taninos muito bem domados, levemente adocicado, realmente é um vinho que não passa desapercebido. Como este exemplar já tem 17 anos, pode ter perdido um pouco do esplendor, mas ainda é um ótimo vinho e segurou bem o peso dos anos. Uma boa harmonização poderia ser conseguida com carnes um pouco mais gordurosas grelhadas, como fraldinha e contra-filé.

  Muito bom vinho.

  Minha avaliação:

  AR 91

  Quanto custa:

  Nos EUA U$ 40,00

  Infelizmente não encontrei no Brasil